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Sala de Cinema

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16/02/2024 • 19:30h

Projeto Raros: Nazareno Cruz e o Lobo

Nazareno Cruz y el lobo, las palomas y los gritos (entrada franca)
Argentina, 1975, 84 minutos, digital
Direção: Leonardo Favio
Sessão apresentada em vídeo pelo crítico argentino Ramiro Solzini, editor da revista La Vida Útil.

Uma terrível maldição paira sobre o recém-nascido Nazareno Cruz: ele é o sétimo filho. Segundo a lenda, nas noites de lua cheia, ele transforma-se em lobo e vagueia pelo campo, provocando o horror. A bruxa da aldeia dá-lhe um aviso breve mas concreto: para evitar que se transforme em lobo, nunca se deve apaixonar. Anos mais tarde, Nazareno conhece Griselda e apaixona-se. Horas antes da chegada da lua cheia, o Diabo aparece diante de Nazareno e faz-lhe uma proposta: escolher entre o amor e a riqueza; se escolher a segunda, nunca se transformará num lobo.

Cantor popular idolatrado na América Latina e cineasta autoral de obras-primas do cinema argentino moderno, Leonardo Favio nasceu em 1938, na cidade de Luján de Cuyo, no distrito de Mendoza. Nos anos 1950, começou a fazer seu nome no cinema como ator, trabalhando especialmente em obras do seu grande maestro Leopoldo Torre Nilsson. Seu primeiro longa-metragem como diretor é lançado em 1965, Crônica de um menino Só, obra-prima de cunho social marcada por uma mise en scène singular dentro do cinema latino americano dos anos 1960, que será sucedida por outras obras-primas discretamente impressionantes, O Romance de Aniceto (1967) e El Dependiente (1969). Simultaneamente, com o disco Fuiste mía un verano (1968), iniciava uma trajetória de enorme sucesso como cantor de músicas pop. No auge da fama musical, Favio retornou ao cinema para realizar duas obras ambiciosas: Juan Moreira (1973), inspirado em livro de Eduardo Gutiérrez, que narra a história do célebre gaucho argentino, e Nazareno Cruz e o Lobo (1975), marco do cinema fantástico latino-americano que tornou-se o maior sucesso de bilheteria do país. Favio morreu em 2012, aos 74 anos, tendo lançado mais de vinte discos e nove longas incontornáveis na história do cinema.

 

“Filmes que você sempre quis ver ou nem imaginava que existiam”. O slogan do projeto Raros é a sua melhor definição. Iniciado em maio de 2003, o projeto foi concebido pela Coordenação de Cinema, Vídeo e Fotografia da Prefeitura de Porto Alegre com a intenção de apresentar ao público local títulos nunca lançados no circuito exibidor brasileiro ou há muito tempo fora de circulação nos cinemas, procurando reproduzir o espírito das “midnight movies” realizadas em Nova York a partir do final dos anos 1960. Cada filme é apresentado uma única vez, nas noites de sexta-feira, e as sessões são comentadas. Imediatamente acolhido pelos cinéfilos porto-alegrenses, o Raros foi um sucesso instantâneo e logo inspiraria outras iniciativas similares, a mais conhecida delas sendo as Sessões do Comodoro, organizadas pelo saudoso diretor Carlos Reichenbach no CineSesc de São Paulo. Em 2017, em função da reforma da Usina do Gasômetro, a Cinemateca Capitólio passa a receber provisoriamente o Projeto Raros.

 

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