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Câmeras da África
22 de julho de 2022

CLÁSSICOS AFRICANOS EM EXIBIÇÃO NA CINEMATECA CAPITÓLIO

 

De 29 de julho a 10 de agosto, a Cinemateca Capitólio apresenta a mostra Câmeras da África, com uma seleção de dezesseis clássicos realizados no continente africano entre as décadas de 1950 e 1990, incluindo obras-primas de nomes consagrados da história do cinema como Ousmane Sembène, Oumarou Ganda, Moustapha Alassane, Idrissa Ouedraogo e Djibril Diop Mambéty. O valor do ingresso é R$ 10,00.

A mostra Câmeras da África tem o apoio da Cinemateca da Embaixada da França, do Institut Français, da Mostra de Cinemas Africanos e do festival Olhar de Cinema.

 

CÂMERAS DA ÁFRICA

 

Entre personagens africanos vivendo na diáspora e os que regressam da Europa à África, passando pelas lutas de libertação contra o colonialismo e as experiências de organização social dos países já independentes, a Mostra Câmeras da África exibirá, entre os dias 29 de julho a 10 de agosto, 15 filmes entre curtas, médias e longas- metragens realizados no continente africano. Com filmes de 9 países (Senegal, República Democrática do Congo, Sudão, Gabão, Costa do Marfim, Burkina Faso, Zimbábue, Tunísia e Níger), a mostra tem a curadoria do crítico de cinema e pesquisador Pedro Henrique Gomes.

 

Os filmes que integram a programação, realizados entre o início dos 1950 e o final dos anos 1990, compõem um pequeno panorama de uma história rica e múltipla, ainda pedindo para ser descoberta. Dos primeiros filmes realizados por cineastas africanos no continente e voltados aos públicos africanos após as independências, como Mandabi (1968), de Ousmane Sembène, E a Neve se foi (1965), de Ababacar Samb Makharam, e Cabascabo (1969), de Oumarou Ganda, até os mais recentes Flame (1996), de Ingrid Sinclair e A Pequena Vendedora de Sol (1999), de Djibril Diop Mambéty, a mostra terá ainda uma sessão especial, no dia 5 de agosto, que discutirá a obra da cineasta senegalesa Safi Faye, em parceria com o Cineclube Academia das Musas.

 

 

FILMES

 

África sobre o Sena

(Afrique sur Seine)

Senegal, 1955, HD, 21 minutos

Direção: Paulin Soumanou Vieyra, Mamadou Sarr e Jacques Melo Kane

 

A África está na África, às margens do rio Sena ou no Quartier Latin? É a pergunta agridoce de uma geração de artistas e estudantes em busca de sua civilização, sua cultura e seu futuro. O filme, considerado primeiro dirigido por cineastas africanos, foi realizado com o patrocínio do Museu do Homem. Original em 16mm, cópia restaurada em 2K em 2018 – Parceiros de restauração do Institut Français: Orange Studio, Cinémathèque Afrique, PSV Films.

 

E a Neve Se Foi

(Et la neige n’était plus)

Senegal, 1965, digital, 22 minutos

Direção: Ababacar Samb Makharam

Um jovem senegalês muito estudioso regressa da França para o Senegal. O que ele aprendeu?  O que esqueceu? Como enfrentará as novas realidades africanas que agora tem diante de si? No filme de Ababacar Samb Makharam os problemas vividos pela juventude africana de então são expostos com franqueza, coragem e humor. Original em 16mm, será exibido a partir de uma master digital.

 

Mandabi

Senegal, 1968, DCP, 105 minutos

Direção: Ousmane Sembène

Uma ordem de pagamento recebida de um parente distante em Paris bagunça a vida de um pai de família senegalês. Ele lida com corrupção, ganância, familiares problemáticos, moradores locais e a mudança de seu modo de vida tradicional em direção a outro, mais moderno. Cópia restaurada em 4k em 2021, coordenada pela companhia de produção e distribuição Studiocanal.

 

Cabascabo

Níger, 1969, HD, 45 minutos

Direção: Oumarou Ganda

Um fuzileiro a serviço da força expedicionária francesa na Indochina retorna ao Níger. Aos poucos ele se vê abandonado por todos seus amigos. O filme é uma resposta de Oumarou Ganda ao filme “Eu, um negro” (1958) do cineasta francês Jean Rouch, no qual Ganda viveu seu próprio personagem, o de um fuzileiro senegalês alistado na guerra da Indochina. Restaurado em 2K em 2019. Parceiros do Institut Français na restauração: Orange Studio, Cinémathèque Afrique, Argos Films.

 

Era uma vez Libreville

(Il était une fois libreville)

Gabão, 1972, digital, 90 minutos

Direção: Simon Auge

O filme conta a história da cidade de Libreville, capital do Gabão, de seu nascimento às décadas mais recentes, mostrando as diferentes fases do desenvolvimento da cidade. A narrativa documental do diretor Simon Auge olha para a história da colonização ao mesmo tempo em que reflete sobre o processo de independência do país. Original em 16mm, será exibido a partir de uma master digital.

 

Mulher, Carro, Casa, Dinheiro

(F.V.V.A)

Níger, 1972, digital, 68 minutos

Direção: Moustapha Alassane

Ali é um modesto funcionário público que tem uma vida agradável na cidade. Um dia, forçado por seus pais a se casar com uma mulher que não quer, Ali é arrastado para um vórtice formado por “Mulheres (Femmes), Carros (Voitures), Vilas (Villas) e Dinheiro (Argent)” que, no Níger, é sinônimo de sucesso social. Original em 16mm, será exibido a partir de uma master digital.

 

Tajouj 

Sudão, 1977, digital, 90 minutos

Direção: Gadalla Gubara

O filme se passa há cem anos no leste do Sudão, em um local de total isolamento. Tajouj é a bela prima de um jovem tribal que a ama profundamente. Ele declara publicamente seu amor por ela em uma canção. As tradições da tribo denunciam tal ato e, consequentemente, seu tio recusa a proposta de casamento. Mas depois que o jovem sai e declara seu arrependimento, o casamento é finalmente autorizado. Nesse ínterim, no entanto, outro homem se interessa por Tajouj, o que leva o jovem ao ciúme. Prepara-se o cenário para uma série de transgressões que irão culminar em tragédia, e levar o jovem ao exílio como um bardo errante dos desertos. Original em 35mm, será exibido a partir de uma master digital.

 

Jamal

Sudão, 1981, HD, 14 minutos

Direção: Ibrahim Shaddad

O curta-metragem de Ibrahim Shaddad, membro-fundador do Grupo de Cinema Sudanês, conta a história de vida de um camelo que em sua maior parte se passa em uma pequena e escura sala. Restaurado em 2k pelo Arsenal de Berlim em 2019.

 

Câmera da África

(Caméra d’Afrique: 20 ans de cinéma africain)

Tunísia, 1983, HD, 90 minutos

Direção: Férid Boughedir

Depois de mais de meio século de cinema colonial usando a África como cenário exótico, muitas vezes na negação da humanidade e da dignidade de seus habitantes, 70 anos após a invenção do cinema, os africanos que se tornaram independentes. Apesar da total falta de meios e infraestrutura, filmando contra o impossível, sem qualquer apoio africano ou estrangeiro, procuram transmitir a realidade de África na sua multiplicidade e diversidade, finalmente vista com olhos africanos. Original em 16mm, versão restaurada pelo Institut Français.

 

Bal poussière

Costa do Marfim, 1988, HD, 91 minutos

Direção: Henri Duparc

O chefe de uma aldeia africana, que se chama ‘Demi Dieu’ porque, segundo Deus, é o dono de todas as coisas, já tem cinco esposas. Mas como isso não basta, ele decide arrumar uma sexta esposa para ter uma para todos os dias da semana, exceto no domingo, quando costuma relaxar. Original em 16mm, versão restaurada pelo Institut Français.

 

 

Samba Traoré

Burkina Faso, 1992, digital, 80 minutos

Direção: Idrissa Ouedraogo

Samba foge para sua aldeia, depois de um assalto a um posto de gasolina. Samba escapa com o dinheiro, mas perde a paz. Ele conhece Saratou. Os dois passam a viver juntos, dando apoio um ao outro, na tentativa de esquecer o passado. Saratou tem um filho de dez anos, Ali, de um homem a quem abandonou. Salif, um amigo de infância, e sua mulher Binta, testemunham o ato de desespero de Samba de se livrar de seus pecados.

 

Wendemi

(Wendemi, l’enfant du bon dieu)

Burkina Faso, 1992, HD, 98 minutos

Direção: Pierre Yameogo

Vinte anos atrás, Wendemi foi abandonado por sua mãe. Agora, está apaixonado e quer se casar, então decide viajar para a capital Ouagadougou, onde espera encontrar sua mãe, que sozinha pode lhe contar a verdade sobre seu nascimento. Wendemi é o segundo longa-metragem do diretor Pierre Yameogo. Original em 35mm, restaurado pelo Institut Français.

 

Flame

Zimbábue, 1996, digital, 90 minutos

Direção: Ingrid Sinclair

Na década de 1970, na antiga Rodésia, hoje Zimbábue, o povo nativo luta contra os supressores brancos. À medida que a guerra atinge as aldeias mais distantes, também as duas amigas Florence e Nyasha juntam-se aos combatentes e assumem novos nomes: Flame e Liberty. O filme de Ingrid Sinclair retrata as lutas das mulheres na libertação do país do colonialismo.

 

Le Damier

República Democrática do Congo, 1996, digital, 40 minutos

Direção: Balufu Bakupa-Kanyinda

Quando dois jogadores competem em um jogo de damas, cada movimento é seguido por gritos e insultos. Em uma noite de insônia, o presidente fundador de uma nação africana e o primeiro cidadão de seu país joga damas com um homem de rua que se diz campeão popular em todas as categorias do jogo. Isso faz parte das regras do jogo e de sua atmosfera. Mas isso é possível quando seu adversário é o líder supremo do seu país? Original em 35mm, restaurado pelo Institut Français.

 

A Pequena Vendedora de Sol

(La Petite vendeuse de soleil – Histoire des petites gens)

Senegal, 1998, HD, 45 minutos

Direção: Djibril Diop Mambéty

Sili Laam é uma destemida menina que vive em Dakar, no Senegal. Lá, a venda de jornais é uma atividade feita exclusivamente por meninos. Mas, em uma certa manhã, Sili decide ignorar esta regra e passa a vender cópias de Soleil, o jornal do governo, irritando os “concorrentes” do sexo oposto. Restaurado em 2K em 2018, por Waka Films (Silvia Voser) e Cinémathèque Afrique.

 

Cineclube Academia das Musas: Safi Faye

O cinema da diretora pioneira senegalesa Safi Faye será apresentado pelo Cineclube Academia das Musas, coletivo que pesquisa filmes realizados por mulheres, a partir de seu segundo longa-metragem, Fad’jal (1979, 110 minutos), que investiga um pequeno povoado no Senegal marcado pelo cultivo do amendoim.

 

GRADE DE HORÁRIOS

MOSTRA CÂMERA DA ÁFRICA

 

29 de julho (sexta-feira)

19h30 – África sobre o Sena + Mandabi

 

30 de julho – (sábado)

19h –  Cabascabo + Mulher, Carro, Casa, Dinheiro

 

31 de julho – (domingo)

17h – Era uma vez Libreville

19h – África sobre o Sena + Câmera da África

 

2 de agosto – (terça)

17h – Era uma vez Libreville

19h – Tajouj

 

3 de agosto – (quarta)

17h – Wendemi

19h – Le Damier + A Pequena Vendedora de Sol

 

4 de agosto – (quinta)

15h – Tajouj

17h – Bal Poussière

19h – Jamal + Samba Traoré

 

5 de agosto – (sexta)

15h – Jamal + Samba Traoré

17h – Cabascabo + Mulher, Carro, Casa, Dinheiro

19h – Cineclube Academia das Musas: Safi Faye

 

6 de agosto – (sábado)

17h – Wendemi

19h – Sessão Plataforma: Eyimofe (Esse é o Meu Desejo)

 

7 de agosto (domingo)

17h – E a Neve Se Foi + Flame

19h – Bal Poussière

 

9 de agosto (terça)

15h – E a Neve Se Foi + Flame

17h – Le Damier + A Pequena Vendedora de Sol

 

10 de agosto (quarta)

15h – Mandabi

17h – África sobre o Sena + Câmera da África

 

 

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