O que acontece quando os filmes de John Ford e Orson Welles são vistos em sequência, um após o outro, na sala de cinema? As respostas poderão ser descobertas pelos espectadores da Cinemateca Capitólio na mostra Ford + Welles, que exibirá oito filmes dos realizadores, em sessões duplas, durante os meses de junho e julho.
As sessões têm entrada franca.
FORD + WELLES
Com uma extraordinária coleção de obras-primas produzidas ao longo de seis décadas, John Ford (1894-1973) é frequentemente citado como a grande referência do período clássico de Hollywood – um nome prestigiado e influente para inúmeras gerações. O próprio Welles, certa vez, declarou que seus três cineastas favoritos eram “Ford, Ford e Ford”.
Saudado por críticos e cinéfilos como um dos precursores mais endiabrados do cinema moderno no pós-guerra, Orson Welles (1915-1985) teve uma carreira errática e acabou relegado à margem da indústria, com filmes remontados ou abandonados. Ainda assim, sua obra desconcertante permanece influente até hoje – Cidadão Kane, longa de estreia que Welles dirigiu aos 25 anos, é frequentemente citado como um dos maiores filmes de todos os tempos.
Podendo embaralhar as noções de “clássico” e “moderno” no cinema, as sessões duplas da mostra apresentam filmes que Ford e Welles lançaram no mesmo ano. Na primeira sessão, serão exibidos Como Era Verde o Meu Vale, de Ford, e Cidadão Kane, de Welles, ambos de 1941. Na segunda, duas obras-primas de 1948: Macbeth – Reinado de Sangue, de Welles, e Sangue de Heróis, de Ford. A mostra continua em julho com filmes da década de 1950. Do ano de 1955, serão exibidos A Paixão de uma Vida, de Ford, e Grilhões do Passado, de Welles; e, de 1958, Um Crime por Dia, de Ford, e A Marca da Maldade, de Welles.
FILMES
Como Era Verde o Meu Vale
(How Green Was My Valley)
EUA, 1941, 118 minutos, DCP
Direção: John Ford
Às vésperas de deixar o vale onde passou toda a vida, Huw Morgan, agora com mais de cinquenta anos, revisita sua infância. Ele relembra especialmente os tempos em que, aos seis anos, via seu pai e irmãos mais velhos enfrentarem as duras condições de trabalho nas minas de carvão.
Cidadão Kane
(Citizen Kane)
EUA, 1941, 119 minutos, DCP
Direção: Orson Welles
Após a morte do magnata da imprensa Charles Foster Kane, um jornalista decide investigar o significado de sua enigmática última palavra: “Rosebud”. Ao entrevistar pessoas que fizeram parte da vida de Kane, ele reconstrói os fragmentos de sua tumultuada trajetória.
Macbeth – Reinato de Sangue
(Macbeth)
EUA, 1948, 107 minutos, DCP
Direção: Orson Welles
Marcado pela ambição e seduzido pela profecia de poder absoluto, Macbeth se transforma de herói de guerra em tirano. Em sua adaptação ousada da peça de Shakespeare, Orson Welles mistura sombras, brumas e delírio psicológico numa tragédia sobre o destino, a culpa e a destruição interior.
Sangue de Heróis
(Fort Apache)
EUA, 1948, 125 minutos, DCP
Direção: John Ford
O tenente-coronel Owen Thursday, veterano da Guerra Civil, é transferido para o remoto Fort Apache, no Arizona, acompanhado de sua filha Philadelphia. Arrogante e inflexível, ele encara a designação como uma afronta à sua honra, e passa a impor sua autoridade sem considerar as realidades locais, especialmente no trato com os povos indígenas.
A Paixão de uma Vida
(The Long Gray Line)
EUA, 1955, 138 minutos, DCP
Direção: John Ford
Ao longo de cinco décadas, o imigrante irlandês Marty Maher transforma sua passagem pela Academia Militar de West Point em uma jornada de dedicação, amizade e legado. Estrelado por Tyrone Power e Maureen O’Hara, A Paixão de uma Vida é o primeiro filme de John Ford em CinemaScope.
Grilhões do Passado
(Mr. Arkadin)
EUA, 1955, 105 minutos, DCP
Direção: Orson Welles
Ao aceitar a missão de desvendar o passado de Gregory Arkadin, um bilionário tão poderoso quanto indecifrável, um aventureiro americano se vê arrastado por uma espiral de mistério, paranoia e traição.
Um Crime Por Dia
(Gideon’s Day)
Reino Unido, 1958, 91 minutos, DCP
Direção: John Ford
Um dia na rotina do detetive George Gideon, da Scotland Yard, que enfrenta o desafio de desvendar uma série de crimes, incluindo o roubo a joalherias e um assassinato.
A Marca da Maldade
(Touch of Evil)
EUA, 1958, 95 minutos, DCP
Direção: Orson Welles
Um carro-bomba explode na fronteira entre os Estados Unidos e o México, levando o agente mexicano Miguel Vargas, da polícia antidrogas, a iniciar uma investigação ao lado do capitão americano Hank Quinlan. Quando Vargas começa a desconfiar que Quinlan e seu parceiro Menzies estão fabricando provas para incriminar um homem inocente, ele e sua noiva Susie passam a correr risco de vida.
GRADE DE HORÁRIOS
22 de junho (domingo)
16h30 – Como Era Verde o Meu Vale
19h – Cidadão Kane
25 de junho (quarta-feira)
17h – Cidadão Kane
19h – Como Era Verde o Meu Vale
29 de junho (domingo)
16h30 – Macbeth – Reinado de Sangue
18h30 – Sangue de Heróis
1º de julho (terça-feira)
17h – Sangue de Heróis
19h15 – Macbeth – Reinado de Sangue
6 de julho (domingo)
16h30 – Grilhões do Passado
18h30 – A Paixão de uma Vida
8 de julho (terça-feira)
17h – A Paixão de uma Vida
19h15 – Grilhões do Passado
13 de julho (domingo)
17h – Um Crime Por Dia
19h – A Marca da Maldade
16 de julho (quarta-feira)
17h – A Marca da Maldade
19h – Um Crime Por Dia