Em A Mulher de Todos, Ângela Carne e Osso é uma ninfômana insaciável, casada com Dr. Plirtz, ex-carrasco nazista e dono do truste das histórias em quadrinhos no Brasil. Entediada com sua vida doméstica, passa seu tempo colecionando homens no retiro idílico da Ilha dos Prazeres. Atuação de Helena Ignez marcada pela inventividade, e que se tornou referência na história do cinema brasileiro.

A RESTAURAÇÃO

A Mulher de Todos (Rogério Sganzerla, 1969) foi restaurado digitalmente em resolução 4K a partir do interpositivo combinado preto e branco e de uma cópia de difusão com as viragens coloridas, ambos em 35mm. Essa cópia foi utilizada como referência para a marcação de luz, visto que a finalidade dessa restauração foi recuperar a versão colorizada. Embora já estivesse em desuso há décadas, a viragem foi um método de colorização comum no período do cinema silencioso, tendo sido utilizada até final dos anos 1920.
O processo utilizado no filme foi batizado pelo próprio diretor como Sexycolor ou Dinamic Color, em alusão e contraposição aos métodos de colorização oficiais como o Eastmancolor e o Technicolor. Os materiais, preservados pela Cinemateca Brasileira, se encontravam em ótimo estado de conservação. A imagem apresentava sujeiras e riscos leves. O som apresentava problemas originados durante a produção, tanto na captação da dublagem quanto ruídos, chiados e outras distorções, acrescidos de saturação na gravação óptica. Todos esses danos foram corrigidos, na medida do possível, nesta versão digital. Foram confeccionados arquivos digitais de preservação, difusão e acesso.
Essa restauração foi produzida pela Mercúrio Produções com a coordenação técnica de Débora Butruce e realizada nos laboratórios Mapa Filmes e Link Digital, no Rio de Janeiro. Os recursos da restauração foram viabilizados através do edital Digitalização de Acervos 2023 pela Lei Paulo Gustavo do Governo do Estado de São Paulo.