Programação

Sala de Cinema

Horários

06/02/2019 • 20:00h

Adyos, General

Entrada franca
Brasil,1986, 16mm, 56 min
De Omar L. de Barros Filho
Com: Zeno Ribeiro

Inspirado na mítica figura do líder da extrema-direita salvadorenha, José Alberto Medrano, o filme Adyós, dirigido por Omar L. de Barros Filho, foi revelado ao país depois de sua inclusão na Mostra do Cinema de Invenção, que circulou pelo Brasil por iniciativa do cineasta Julio Calasso. O filme mostra a saga do comandante paramilitar Medrano, seus delírios psicóticos, sua fome de poder e ordem. Sobre Adyós, General, o jornalista Marcos Faerman escreveu: “É a síntese de três escolas: Eisenstein, Mayakovski, Glauber Rocha.” Por sua vez, o crítico L.C. Merten também se referiu ao filme na revista Moviola: “Diferente é a alternativa de Omar de Barros Filho, o Matico, que retoma a bandeira de Glauber Rocha (Terra em Transe), e volta-se para a América hispânica: o filme foi feito em 16mm, na base do mutirão, envolvendo o trabalho de 350 pessoas.” O cinema da crueldade, da esquizofrenia e da violência que explode em Adyós, General, com roteiro do cineasta Luiz Rosemberg Filho em parceria com o diretor, foi assim descrito pelo jornalista Jorge Pinheiro, que organizava sessões especiais do copião sem cortes do filme em sua casa, em São Paulo: “É um choque, é um soco na cara, guerrilheiro e anarquista. “É Guernica!” afirmou o dramaturgo José Celso Martinez Correa, depois de uma maratona de cinco horas de projeção. Amado e odiado pelas plateias, Adyós, General ganhou uma Lâmpada de Prata do RioCine Festival pela qualidade de sua fotografia. Vaiado e aplaudido, o filme foi destacado pelo diretor Carlos Reichenbach como um dos mais instigantes produzidos no país durante a transição para a democracia. Na vida real, Omar L. de Barros Filho conheceu a guerra e a morte de perto. Depois editar o jornal Versus em São Paulo, durante a ditadura, o repórter foi correspondente na guerra civil salvadorenha, sobre a qual escreveu com Hélio Goldzstjen um livro de reportagens sobre o assunto (El Salvador: Um Fuzil para Ana Guadalupe). Foi, portanto, no próprio cenário centro-americano, que o diretor identificou o potencial dramático da história do sanguinário general Medrano. No cinema, o protagonista de Adyós, General foi o intuitivo e visceral ator Zeno Ribeiro. Antes de receber o Kikito de Melhor Ator de filmes de curta e média metragem no Festival de Gramado em 1987, por Viva a Morte, também de Omar L. de Barros Filho, Zeno Ribeiro, sempre no papel de “vilão”, atuou em telenovelas ao vivo e em produções de Teixeirinha. Quando foi “redescoberto”, ganhava a vida como garçom no cabaré Madrigal, na avenida Farrapos, em Porto Alegre. O ator morreu em 2006, aos 82 anos.

Veja a programação completa